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quarta-feira, 21 de março de 2012

JOSÉ HENRIQUE SOBRAL – O SACRISTÃO



                                                    ANTONIO NOGUEIRA DA NÓBREGA

                                              
     



         Certa vez, José Henrique Sobral, preocupado com o descaso com que era tratado o ensino público  da Paraíba (o que não é privilégio só do passado), endereça a seguinte carta ao então Imperador do Brasil, Sua Majestade Dom Pedro II, solicitando-lhe providências saneadoras para o grave problema que vinha afetando a vida escolar do então povoado de São João, hoje a cidade de São João do Rio do Peixe:
                           
                                                          
                                    

            “Senhor:     
         
                                                                                                  
O estado financeiro desta Província bem se deixa ver pela falta de dinheiro, que se nota no Tesouro Provincial, que não podendo pagar os ordenados dos Professores, obrigam a Assembleia suprimir a muitas cadeiras, privando com este golpe fatal a mocidade de instruir-se na literatura, reduzindo-a por assim dizer  a  um estado selvagem.  E quem, sinão Vós, poderá remediar este mal? É portanto, o que esperta de Vosso zêlo Imperial o              
                        

                                                                       De Vossa Magestade
                                                                         Humilde Vassalo
                                                              São João 3 de setembro de 1881.
                                                                   José Henrique Sobral” 





UM FATO ESTRANHO ACONTECEU COM ZECA

Ao acordar, na manhã do dia 23, Zeca procurou sua irmã Maria para contar-lhe algo de estranho que havia lhe acontecido durante a noite, perturbando seu   sono. Segundo comentou, ouvira umas misteriosas vozes que o acordavam, de vez em quando, dizendo-lhe: “Zeca, levanta-te que está na hora...!” A princípio, pensou que se tratasse de alguém que o procurava para alguma consulta, (ele fazia as vezes de médico), como era costume isso acontecer, até mesmo fora de hora. Após o terceiro chamado, Zeca levantou-se, foi até a janela e procurou, através da fresta, enxergar o dono daquela voz que não parava de chamá-lo, mas nada, nenhum vulto pôde divisar. Após a conversa que tivera com a irmã, Zeca foi à estação ferroviária e comprou duas passagens de trem para a cidade de Cajazeiras: uma de ida e outra de volta, mas só usou a de ida, porque, na hora da volta, ele já estava morto. Esse fato encontra-se narrado em “O SACRISTÃO”, página nº 55, livro da escritora, de saudosa memória, Rosilda Cartaxo.


 
SEPULTAMENTO DE JOSÉ HENRIQUE SOBRAL




             Flagrantes do enterro de José Henrique Sobral, ocorrido a 24/06/1931, no antigo Cemitério Jerusalém, que ficava no local onde hoje se ergue a capela de São Francisco das Chagas. Zeca, como era mais conhecido, falecera, repentinamente, no dia anterior, na cidade de Cajazeiras, na sala de visitas do Palácio Episcopal, de joelhos, aos pés de Dom Moisés Coelho, bispo da Diocese de Cajazeiras, logo após beijar a mão daquela autoridade eclesiástica.



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